domingo, 22 de junho de 2014

Desculpe Meu Amor

90% dos seus chiloques eu não entendo. Desculpe, mas eu simplesmente e francamente não compreendo!

Ah, meu Amor você é tão lindo! Isto porque, eu só notei o luar dos teus cabelos quando o dia raiou. Na verdade, eu me prendi e me perdi na profundeza do seu olhar, nos seus movimentos bruscos e ao mesmo tempo tímidos que mais pareciam os movimentos de um peixe fora d´água... Eis a mais bela contradição: se seus movimentos mais pareciam os movimentos desastrados de um peixe fora d´água, seus olhos (belos olhos castanhos por sinal) mais pareciam um oceano de emoção e de profundidade que no mesmo ritmo que me instigava a mergulhar, me intimidava, me fazia temer. E este temor era simples: era o simples medo de me perder.
Difícil escolha esta: nunca gostei de fazer escolhas por impulso, sempre preferi o conforto do meio do muro! Mas você e seu olhar, e sua pressa, e seu jeito impaciente, e aquele momento fulgaz ( talvez o único momento violento e decisivo ( além de relevante de toda a minha vida tediosa!), o instante era aquele: eu tinha de cair na armadilha dos seus olhos profundos, daquele labirinto, entende?!

Decidi então não pensar, por mais dura que fosse a tentação de ter sob o controle toda a situação, eu não poderia me dar ao luxo de comandar nada, porque qualquer movimento brusco daquele sonho, daquele ballet viria a converter aquele lindo sonho surreal em um triste e cinza cimento despertar. Em outras palavras, seria algo como deixar de ser uma das criações de Dalí para virar um personagem de Kafka. Não sei se você pode me entender, mas estar ao seu lado e descobrir em você o infinito e todas as possibilidades de desbravar a esta  direção, para mim é com permitir-se imortalizar-se, é transcender todas as barreiras do possível, é descobrir um mundo novo: é compreender que este mundo recém-descoberto só pode ser explicado por meio de um mito, de um milagre.

Não entendo meu Amor, me desculpe a ignorância e a falta de atenção de nascença que se manifesta quando eu te vejo e que as palavras se tornam inúteis, e que os pensamentos se vão e se perdem tal qual nuvem no céu... É que eu me perco meu Amor, ao seu lado, minha busca constante e violenta por compreensão perde o sentido. Eu não preciso entender, tudo o que eu preciso ganha forma e força, como um milagre, simplesmente explode e se materializa diante de mim, então eu me perco em meio a tantos e tantos paradoxos temporais, já que você se materializa diante de mim sempre de forma única, como da primeira vez. São milhares de vezes na mesma intensidade, mas apesar de tantas vezes seguidas, cada vez é única: estar com você é sempre uma descoberta para um novo mundo!


quarta-feira, 28 de maio de 2014

Você

Te amo tanto, tanto, tanto que pareço uma garota tola de filme romântico. Te amo tanto, tanto, tanto, que deixo para outro plano os argumentos semânticos.

Você é real, você é presente, eu te toco, eu te vejo, eu te sinto. E por mais que eu tenha te esperado tanto, por você eu esperaria até mais. Mas por sorte, não preciso mais te esperar: você está aqui comigo. E por mais que já sejamos tão íntimos e conhecidos um do outro - na verdade, desde o nosso primeiro instante juntos, - você me surpreende com algo novo. E sempre que isso acontece, minhas borboletas multi-coloridas voltam a se mover na barriga até me deixar leve e dançante como uma bolha de sabão no ar. Ás vezes eu te olho quando você se distrai, então loucamente fora de mim, fora do mundo cinza que me cerca eu penso: "Eu sou a garota mais rica em felicidade do mundo, danem-se os problemas, eu tenho a melhor pessoa do mundo ao meu lado. E meu Deus, ele é tão lindo, tão doce, criativo, engraçado e generoso! Sim ele é generoso: espiritualmente generoso. Ele quer compartilhar um mundo ao meu lado, não só uma vida, um afeto em comum, mas um mundo inteiro de possibilidades. E olha só, quem diria? Aqui ao lado dele, por mais que eu não assuma, eu também quero o mesmo que ele quer!"


Então acontece algo muito estranho, é aquela expectativa seguida de medo como a que temos ao entrar numa montanha-russa: o coração começa a acelerar, a respiração muda, dá medo e ao mesmo tempo um certo prazer pela aventura. Para a minha sorte eu olho ao meu lado e do começo ao fim da travessia é você quem eu vejo do meu lado, segurando a minha mão e me dizendo com um gesto: "que bom que você está aqui!" 

Você é um universo inteiro de constelações e super-novas, você é a própria explosão e o próprio eixo de si mesmo. E a cada descoberta que eu faço ao seu respeito, cada olhar trocado, toque, riso, abraço ou pensamento compartilhado eu me vejo dentro de uma minúscula nave espacial perdida em um universo absolutamente novo e admirável. Todas as minhas convicções, todas as minhas certezas e teorias à "filosofês" são detonadas de dentro para fora e de fora para dentro como o Muro de Berlim. É como se você, só você conseguisse romper com barreiras que até então eu "jurava" estar protegida. E quando o meu lado ditador menos se dá conta: aquilo ao qual eu sempre velei, protegi, ocultei do mundo exterior foge de mim e segue em sua direção. Os sonhos acabam por vencer o meu monstrinho racional que á esta altura se dá por vencido, porque lá no fundo, ele mesmo já não aguentava mais fazer força para sustentar "Regimes Falidos". O problema é que você me dá tanta esperança, tanta fé e tantos outros substantivos abstratos e relativos que a Realidade e todo o resto se tornam banais...



segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Aos Homens

I

Quem és tu,
Homem, pra recusar o próprio pranto?
Que não chora, que controla,
Que decide, que é lógico,
Que não se perde, nunca erra:
De que se esconde tanto?

Quem é o Homem?
Tua força é tua forca.
Teu ofício não é difícil.
Teu sexo não é menos
complexo que o meu.

O Homem que finge não sentir.
-Ei, você! Não minta pra mim:
Homem que é Homem chora sim!

II

Seu caminhar imponente,
Ás vezes, de tão seguro,
Se passa por prepotente.
Mas apesar de tudo, Homem,
Tu ainda és fantástico!
Com teus olhos sempre atentos,
Ainda nos seduz, nos conduz.

Horas menino, horas mágico,
Suas palavras, agilidade
E seu senso prático.

O intrometido sempre quer
Dizer o que ou como fazer:
Mesmo quando eu não preciso!

Mas quando eu penso:
"Tudo está perdido!"
Mesmo tenso,
Novamente ele se mete;
Ele me abraça contra o peito
E promete:
"Tudo ficará sob controle".

Oras desde que o mundo, mundo é;
O mundo diz ao homem:
"Tu deves-te se se manter no controle".

III

Homem como és tolo!
Tu te negas a chorar, gritar, temer...
Bobo, menino bobo!
Tu que és louco.

Não somos nós o gênero fragil,
Mas tu, pobre Homem,
Que apesar de sempre tão ágil,
Te recusas a chorar.
-Quando, Homem, tu irá aprender?

IV

Faça de conta que ninguém
Sabe que tu és mortal.
Façamos de conta que é a tua vontade
Sempre prevalecerá no final.
Seu senso de direção, suas convicções,
Sua força bruta, seus neurônios,
Seu raciocínio, sua precisão ...

Homem tu és forte e
Habilidoso tu és:
animal, racional, diurno,
És Marte, és preciso como Saturno,
És sedutor como Júpiter
E és fertil e és criador como urano.

Tua alma és divina;
Tal qual a Natureza Divina,
Humana também é:
És Adão, Hércules, Sansão.
És Razão, e também, Emoção.

Dizem que menino não choram,
Não devem chorar.
Meninos são futuros Homens,
E os Homens devem ser fortes
Para melhor lutar.

Se desafiar tais ordens deixa de ser homem,
Menino te tornará.
Não temas, meu menino.
Conto de fadas é para meninas:
Homem chora sim.
Assim como através da chuva,
Aquela que o Divino chora
E molha todo o meu jardim.

Não tema chorar,
Não tema não saber o que fazer,
Não há o que temer:
Não destrua nossa força,
Assuma sua fraqueza,
Como nós, as mulheres,
Nossas incertezas.

Pode chora Homem,
Chore sempre que precisar.
Em alguma curva,
Apesar da visão turva,
Sempre haverá uma mulher
Pronta para te guiar.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Sentir, só sentir

Acordar e o primeiro sentido tido, obitido, o sentido de tanto sentir...
Tato.
Com "tato" e alguns sussurros intercalados com beijos acalorados.
Entre um beijo e outro, e outro e mais outro, um fugaz piscar de olhos:

Meus olhos de encontro aos teus,
meus lábios preso aos teus.

Tão leve, lentamente fecho os olhos,
e sigo com o sentido, sem o último sentido,
até o último suspiro...
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   Em meu vívido sonho matinal, você me abraça ainda mais forte.
O calor e o pulsar do seu corpo sobre o meu, você me toma em teus
braços, meu corpo passa a ser teu.
   Nestas manhãs ao teu lado, não penso, apenas sinto.
Suas mãos, sua respiração me guiam a outro plano, ao desconhecido.
E por sentir, eu me entrego aos meus, aos teus e aos nossos desejos sincronizados.
Sem pensar, me dou por completo à deliciosa paixão voraz que nos consome neste instantes fulgaz.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Extinção, modismo e identidade ( ou falta dela)

Estamos morrendo meus amigos, meus irmãos, meus complementos, meus "eus"...Estamos morrendo.
Estamos voltando à Animalidade, à Pré-história...Nada criamos, nada pensamos de novo, nada lembramos, nada amamos...

Esta é a Era do desapego e esquecimento. Perdemos nossas individualidades. Esta é a verdade.

Um cabelo verde, um cabelo alisado, um par de lentes vermelhas, um termo inglês ou francês para designar um gosto ou contra-cultura indie-pop, é tudo o mesmo! 

"Salvem às Baleias!" A linda garota pacifista diz.

"Salvem a Humanidade" Alguma baleia disse.

Jogada ao mundo


   Ainda me lembro das palavras de um amigo esquecido: "Seu problema, a origem da sua angústia é querer resolver o absurdo, ao invés de se conformar com o mundo". A verdade é que eu passei a maior parte da minha vida em silêncio e com uma estranha rejeição às diferentes coisas. Dizia a minha mãe que eu nasci com atraso de 5 dias e só vim ao mundo porque ela foi ao hospital, não porque ela entrou em trabalho de parto, como o de costume. Mais tarde, descobri que as minhas 2 avós ( Graça e Flor) fizeram cada uma ao seu modo, simpatias para que eu falasse. Com quase dois anos eu pouco, quase nada eu falava.
   Aprendi a falar e tinha um sério problema de atenção. Além desse problema, tinha outro: o hábito de querer entender e duvidar daquilo que o outro diz. Apesar disso, acreditei em Papai Noel até os meus 9 anos, ainda que me perguntasse o motivo pelo qual Deus me mandaria para o inferno pelo simples fato de eu não ser batizada. Como ninguém entendia minhas perguntas ou por causa delas eu gerava um desconforto, tornei-me muda novamente.
   E apesar do silêncio, eu sempre temi o fim, o NADA, a inércia, as esperanças vazias, os valores inúteis, o esquecimento de valores abstratos. Sempre olhei para um mundo como quem já espera os seu melhor e pior. E ainda hoje, eu 15 mais velha me deparo com este mundo com o mesmo fascínio e assombro. Ainda hoje aos 25, ainda tenho medo de vir ao mundo, como eu tinha antes de conhecê-lo. 


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Sobre as Palavras


Palavras, palavrinhas e palavrões...Uma palavra, um suspiro, um gemer de prazer ou dor, um comprimido para curar e procurar o Amor.
Uma palavra, um verbo, um adjetivo, um substantivo, um adjunto qualquer e tantas palavras, versos, frases, orações, discursos inteiros e complexos, tanta complexidade e nada com NEXO!
Uma palavra: um pedido, uma súplica, um perdão, um favor, um sim, um não...
Palavra: aquela dita, a bendita e a maldita! A palavra dita e a não dita! A tal dita dura, ditadura...A censura, a clausura. A música, o açoite, palavra de carinho, palavra pior que o tapa na cara!
Palavra dita: a escrita, a falada, a pensada, a máxima, a citada, a copiada. E a cantada, a interpretada, o elogio, a acusação, a defesa, o devaneio, a prece, o desespero humano.

Uma droga chamada palavra! Um ruído constituído por fonemas, grifos e significações. A palavra viciada, que cura e que mata! O analgésico: PALAVRA.
Palavra aos que muito falam, e menos ouvem. Uma pausa para os que pouco dizem. E outra palavra em outro tom para os que não entendem...O discurso dos fanáticos não assumidos, as vaias e os gritos: o retorno à animalidade.
Existiria palavra justa e medida, palavra cabida ao Silêncio? Existiria o dicionário próprio para compreender o SILÊNCIO?
Falem, gritem, urrem, repitam, distorçam, estiquem, misturem, alterem, manchem, corrompam, ignorem, atribuam às palavras novos significados e esqueçam-se do velho e essencial. Palavra minha é o Silêncio!



A palavra é Espada: salva e mata. Existe a Palavra JUSTIÇA, existe muita injustiça ao invocar tal palavra! Existe a FALTA, como também existe EXCESSO. Existe a Palavra VERDADE, existiria VERDADE NAS PALAVRAS DITAS? Qual é o SENTIDO (se existe tais palavras) da VERDADE, do que é VERDADEIRO, do que faz SENTIDO, do que pode ser TIDO?

Palavras sem sentido, palavras daqueles que só enxergam o próprio umbigo! Palavras doces como açúcar, que tocam a alma que ninguém vê. Gestos, toques e tons: um beijo e palavras ao pé do ouvido. E o que foi dito ontem, hoje está esquecido!

Timbres, tons, sotaques, sussurros, algumas doses de vinho, pessoas e imaginação. Sentido: o sentido que sente, mas não o que faz sentido. O subjetivo, o relativo, o particular, a palavra na ponta da língua. A lembrança, as primeiras palavras de uma criança...

Ironias, as mentiras, os enganos, as comédias, as pequenas tragédias diárias, os segredos, os diálogos, os argumentos válidos, o falso argumento e a verdade mal argumentada. Palavras versadas, palavras parafraseadas, palavras escassas, palavras que traduz, dialeto incompreensível. Palavras sem brilho e sem cor, palavras sem cheiro e sem sabor... Palavras de amor.

Quem muito fala, nada diz. Palavra PRATA, silêncio OURO.

A palavra é concebida ao ser pensada, ganha vida ao ser dita e morre no mesmo instante que nasce. A palavra é passado. A palavra é “coisificada”. Palavra abortada, quando dita é metamorfoseada em faca e escudo, carinho e tapa!
A palavra foi morta por outra palavra. O nome disso é DISCURSO, FALÁCIA.


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O Eremita

   O Super-Homem no final, é um Eremita solitário á trilhar entre homens, quase sempre mudo, sempre acompanhado por sua própria sombra á caminho da luz.
   Para atingir tal objetivo, nosso Super-Homem vivencia infinitas tragédias ao longo de sua vida finita e cíclica. Ninguém, exceto sua Sombra o nota, o toca. Horas é o Super-Homem, o Eremita renascido de sua tragédia humana, quem conduz sua sombra; horas é a Sombra quem conduz o Neófito ao seu destino trágico.

   Ao ir de encontro com seu destino e, atingir o topo da montanha, o Super-Homem (cujo o "Super" vem do fato dele mesmo ser em si e por si mesmo demasiadamente humano) se despede de sua única Compahia e guia, sua Sombra que parte no mesmo instante que o Sol o irradia.
   O "Super-Homem" que não é Divino, apenas e somente "demasiadamente humano", por vezes cogita retornar às origens, ao meio, aos últimos homens que ainda restam. Mas o encontro do Super-Homem com os últimos Homens é desastroso. Ninguém o nota, exceto como um louco que preambula pelas com uma lanterna durante o dia. Ninguém ouve o Profeta que amargurado pela incompreensão humana, passa á falar não aos contemporâneos de alma vazia, mas aos que virão. O "Super-Homem", o Andarilho com sua Lanterna, Neófito, o Eremita e o Profeta: tantos nomes, tantos termos e o mesmo fim. Este Homem nasce póstumo.

   A Astúcia e a Altivez são as condições para encontrar a Luz. Mas o Bom Profeta, querendo ou não, tornará-se em Mártir. Incompreendido em seu tempo, tragicamente corrompido pela legião do futuro: o Futuro idolatra o Santo. Assim nascem os diferentes fanatismos: distorções ideológicas e religiosas, superstições, sacrifícios, guerras, adorações e a eterna repetição de um passado marcado por Sangue, Cruz e Ignorância.

Homens e Ostras

   Assim como as ostras que habitam os mares, são os homens que habitam os continentes...

   A tranquilidade acaba quando um minúsculo grão de areia penetra em sua cabeça, gerando dor. Este evento gera dor, gera seqüelas, muda a vida deste ser seja Homem, seja Ostra. Uma vez que este corpo estranho invade a mente, nem o Homem nem a Ostra tem o poder de expelir.

    Tanto um quanto o outro, aprende desde então a conviver com o mau que habita em si: e é assim que as Ostras com o passar do tempo transformam o grão de areia em pérola. E o Homem faz de sua dor cicatrizada sua obra.
   

Ao egoísta (notas 2008 /2009)

   Você é tão você...só vê você. Não ouve, só fala. Só pede e só nega.

   Você que só ouve o que convém. Convém á quem? Você, tão absorto, mergulhado, viciado em você. Você me ouve? O que eu disse então?

  Não. Você criatura egoísta, não ouve, não vê. Você não ouve além dos pensamentos que ecoam por sua mente vazia e cheia de si. Que não enxerga nada além de espelhos.

   Quer a minha opinião? Por que então chama a minha atenção?

   Oh Ser egoísta e fútil que tu te tornastes! Com o tempo que passa, os muros que caem e tu ainda se vê com vestes de monarca!

   Não me cobre e nem queira tomar minha presença. Retribuirei tua Onipresença com minha autêntica e incômoda ausência!

Pranto Celestial

   Hoje choveu o dia todo. Já é noite e a chuva continua...É como se o Céu estivesse desabafando e permitindo que suas emoções viessem à tona.
   Hoje o Céu chorou. Mas eu...eu não chovi nem um pouco hoje!
  Não vi a luz do Sol no dia de hoje. Pois como eu disse: "hoje choveu o dia todo!" O Céu desabou, acabou em pranto. O dia hoje foi cinza. Houve um tempo que a chuva, as lágrimas do Céu abafou o som dos carros nas ruas.
   O dia foi cinza cimento e molhado. Foi bom o Céu ter desabado só por hoje! O Céu ainda é capaz de sentir, chorar, reagir e desabar!
   Acredito que amanhã ou depois, ou no mais tardar, na próxima semana o Sol volte a Brilhar. E com sorte, o Céu ficará mais limpo, mais leve quiçá, aliviado.
   E enquanto não passa a chuva lá fora, eu olho para dentro, para o Sol que ainda brilha em mim. Faço planos para depois que a chuva passar. Aguardo confiante por um futuro agradável e oportuno que há de chegar. Mas também, não fico só na espera. Enquanto espero, peso e avalio a bagagem que costumo carregar e acumular por onde caminho. Aproveito enquanto o Céu desaba e dispenso o que não presta: um sapato velho, um guarda-chuva quebrado, um ideal absurdo, um copo trincado, uma meia furada, uma mágoa infundada, frascos de decepções, vidros de sonhos vazios, teorias impraticáveis...
   O Céu vai melhorar, o tempo vai abrir e, quando a chuva passar eu passo a caminhar mais leve e com passos firmes através do mundo.
  

Desculpe Meu Amor

90% dos seus chiloques eu não entendo. Desculpe, mas eu simplesmente e francamente não compreendo! Ah, meu Amor você é tão lindo! Isto po...